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Neurocirurgia Arquivos

TRATAMENTO CIRÚRGICO DA EPILEPSIA

Carolina Diniz Carvalho Maio 2016
Orientador:Profª. Elizabeth Comini

 
 

   Conhecida como entidade clínica responsável por recorrentes crises convulsivas, a epilepsia tem etiologia reconhecida e tratamento clínico bem estruturado. Quando se trata da epilepsia de difícil controle por via medicamentosa inicia-se a discussão da interferência cirúrgica. Essa possibilidade é mais viável em crianças, devido a sua maior capacidade de plasticidade neuronal, e aplicados a casos específicos.

 

   Dentre as principais abordagens cirúrgicas está a hemisferectomia subtotal, ressecção cortical focal, ressecção multilobular, ressecção de corpo caloso e transecção subpial multipla. A principal indicação destas é a presença de hemiparesia ocorridas nas crises multifocais unilaterais. O objetivo é remover a parte nociva do encéfalo e por isso deve-se realizar um estudo encefalográfico especifico para identificar a topografia especifica das da origem das crises. Esse estudo é possível por meio de eletrocorticografia extroperatória intracraniana (ECoG), eletroencefalograma e tomografia por emissão de prótons.

 

   O ECoG conta com craniotomia, que engloba a região frontoparietoocciptal do hemisfério a ser abordado, posicionamento de eletrodos na região epiletogenica bem como giro pré e pós central e colocação de dreno. É gravado um vídeo a partir das imagens de ressonância magnética e então mapeado o estimulo elétrico. A fase de ressecção inicia-se com a identificação e remoção dos eletrodos previamente posicionados e definição das margens de ressecção. A partir da escolha da região a ser retirada inicia-se o divulsionar do tecido encefálico preservando a anatomia do mesmo. Todo esse processo deve assegurar a homeostase e respeitar os limites vasculares. Novamente é posicionado um dreno, ventricular, a fim de evitar-se edema, e então a cavidade é fechada.

 

   O tecido encefálico retirado passa por analise histológica e então avalia-se o grau de dano. Pode haver gliose associada ou não a atividade da micróglia, e demais malformações. Após o procedimento os pacientes devem ser acompanhados e estratificados de acordo com a escala da Liga Internacional contra a Epilepsia, que classifica o sucesso da cirurgia em graus de 1-6 avaliando se ainda há epilepsia, com auras ou não, e a recorrência destas. É valido ressaltar que todas as etapas desde a hipótese cirúrgica devem ser compartilhadas abertamente com a família avaliando-se os pros e contras desta.

 

 

Referências:

 

CHUGANI, H. T.; ASANO, A.; JUHASZ, C.; et al. “Subtotal” hemispherectomy in children with intractable focal epilepsy. Epilepsia, Michigan, v. 55, n. 12, p.1926–1933, 2014.

 

ERTURK, O.; OZKARA C.; YALCINKAYA, C.; et al. Epilepsy Surgery in Children with Lesional Partial Epilepsies. Turkish Neurosurgery, Instanbul, v. 25, n. 6, p. 900-904, 2015.

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