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Meningioma
Victoria Castello Branco Março 2015
Orientador: Prof. Ricardo Maciel
Meningioma é um tumor que tem origem nas células mesodérmicas da meninge podendo acometer tanto o cérebro quanto a medula espinhal. Eles são mais prevalentes em mulheres (2:1), e constituem 20% ou mais de todos os tumores intracranianos. Cerca de 90 a 95% desses turmores são não recorrentes.
Em exames radiológicos a aparencia clássica de um meningioma é de uma massa homogenea que realça com o uso de contraste e pode apresentar calcificação. Em geral, esses tumores podem ser diferenciados do cérebro edemaciado ao seu redor, devido a seu aspecto liso e ao perfil multilobulado. Meningiomas típicos são isso ou hipointensos em relação a substância cinzenta na mesma sequência T1 da RM e isso ou hiperintensos em T2.
Sabe-se que o fator de crescimento endotelial vascular é um potente fator de angiogênese em diversos tumores e metástases. Meningiomas tem uma vascularização variável, podendo ser avasculares à muito vascularizados e podem ou não causar edema peritumoral. Macroscopicamente, meningiomas são tumores globulares, multilobulares e aderidos à dura-máter. Sua consistência varia de benigno à calcificado.
Meningiomas são lesões de crescimento lento, cerca de 1-2mm por ano. Os sintomas dependem da localização, podendo apresentar de uma a quarto síndromes como: déficit neurológico; sintomas de hipertensão intracraniana; convulsões; assintomático, sendo descobertos apenas por exames de imagem ou em autopsias. É possivel que um quadro de cefaléia se instale devido a irritação da meninge, mas sem relações com o tumor.
O tratamento desse turmo baseia-se na observação, na cirurgia e na radioterapia. O período de observação recomendado em pacientes assintomáticos é de 3-6 meses antes de planejar a intervenção cirúrgica; após um estudo sobre o meningioma é necessário avaliar o estado geral do paciente para garantir uma intervenção sem riscos. Tumores típicos, bem delimitados e separados da dura são os ideais para que a cirurgia seja bem sucedida. A cirurgia deve ser adaptada ao tamanho e a localização do tumor. Por fim, a
radioterapia não é a primeira escolha para tratamento, mas é utilizada para preservar a função neurológica em casos com fatores de mal prognóstico como a idade avançada.
Meningiomas com ressecção total tem uma progressão livre após 5 anos de 88%, após 10 anos de 75% e causam metástase em 0,1% dos casos, mais frequentemente nos pulmões, na pleura, no sistema musculoesquelético e no fígado.
Referências: